Gênesis | Força do elogio

Abraão foi um homem de fé que deixou sua família de origem para seguir uma jornada desconhecida, sob orientação divina. Ele levou mulher, sobrinho e deixou suas raízes na terra de seu pai.

Sua história tem muita emoção, considerando que este homem era homem comum, como nós e foi escolhido por Deus para ser o pai de uma incontável família.

Ele deu origem a um povo de cultura milenar, que até hoje é respeitado pela sua tradição e crença. Na época dessa migração, ele não tinha filho, mas carregava uma promessa de ser uma grande nação abençoada (Gênesis 12.2).

Abraão, ou Abrão, como era chamado nessa época, tinha uma bela mulher chamada Sarai, posteriormente conhecida como Sara. A passagem deles pelo Egito não foi fácil, já que o povo daquela terra não parecia ter respeito pelos laços conjugais de forasteiros.

Como a sua esposa era formosa, ele explicou que isso poderia levar os egípcios a quererem matá-lo para tê-la. A solução dele foi pedir que ela se passasse por sua irmã, assim suas vidas não estariam em perigo (Gênesis 12.10-13).

A reflexão será sobre a capacidade de Abraão de falar sobre a formosura de sua mulher, em um momento difícil como aquele. Ele conseguiu expressar de forma caprichada a sua apreciação pela beleza da sua esposa.

O que nos ajuda a crer que ele tinha uma comunicação espontânea e emocionalmente aberta com sua parceira. Algo raro de se ver hoje em dia, principalmente no mundo masculino, que as vezes parece mais engessado.

A falta de abertura emocional é um dos grandes motivos de desentendimentos entre casais e que pode ser a causa de divórcios entre parceiros que são estranhos entre si.

Uma mulher que tem suas qualidades reconhecidas pelo marido não é apenas uma companheira, é uma cúmplice. A postura de defesa de Abraão poderia ter sido interpretada como covarde, vista apenas pela ótica do medo de morrer. Mas ao invés de “apontar o dedo” para o seu marido, Sara estava segura o suficiente para apoiá-lo, a qualquer custo, mesmo que isso colocasse em risco sua liberdade. Ambos tinham um objetivo em comum: a manutenção da sua família.

Além do elogio, ele declarou o seguinte: para que me vá bem por tua causa e que viva a minha alma por amor de ti. Que delicadeza deste homem. Podemos ver em Abraão um exemplo de masculinidade, humildade, segurança e fidelidade, que são características de um pai, de alguém que está disposto a abrir mão em favor da família, de alguém que seria um exemplo para as próximas gerações.

Ao dizer essas palavras, ele empoderou a sua mulher, dando-lhe a possibilidade de salvar sua vida. Ele colocou o motivo de sua existência no centro do amor que sentia por ela. De uma forma romântica, o homem, a quem Deus chamou para ser o pai de uma nação, abriu seu coração emocionado para tocar e ser tocado por sua bela esposa.

A partir daquele momento, ele não só tinha a segurança de uma companheira e cúmplice, mas, tinha a força de uma protetora. Essa mulher passou a ter um papel essencial para a sustentação de tudo que eles haviam construído, ela passou a ser corresponsável pelo sucesso do plano que garantiria a sobrevivência da família.

A habilidade de Abraão com as palavras foi incrível, pois realçou em Sara uma mulher forte, indispensável e amada. Naquele instante, o casal tinha uma só mente, uma forma única e impenetrável de vínculo de confiança.

Gn.12.11 - Para discussao

·       Quantas vezes perdemos a oportunidade de elogiar?

·       Quantas vezes o medo supera a capacidade de ser cúmplice?

·       Como as críticas afastam grandes aliados?

·       Quantas pessoas conseguem nos fazer sentir essenciais?

 

 

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