Isaque passou a ser o patriarca herdeiro de tudo que era de Abraão, inclusive da promessa se ser uma grande nação (Gênesis 26.4). Ele estava em uma terra estranha e precisou dizer que sua esposa Rebeca era sua irmã, da mesma forma que seu pai havia feito no Egito com Sara. Mesmo com essa informação, a interação deles era tão harmoniosa, que até o rei local enxergou que os dois formavam um casal.
Algumas versões da bíblia falam que Isaque estava acariciando sua mulher, mas o importante é percebermos que, mesmo eles dizendo que eram irmãos, era possível enxergar de fora que era um casal.
Ele havia crescido em um ambiente de muito amor. Seus pais haviam dado o exemplo do que significava o laço da união, então só lhe restava imitar o que era bom para quaisquer olhos que vissem.
Da mesma forma que seu pai enobrecia a presença da sua amada, ele fazia com sua esposa, mostrando que seu papel de protetor estava firme em ficar vivo e manter sua mulher intocada por estranhos.
Isaque não era mais um menino, ele era o patriarca, marido e pai. Ele amava a sua esposa, tratava-lhe bem e com respeito, provendo o sustento da família em cada poço que cavava (Gênesis 26.18).
Mesmo diante das pressões da responsabilidade, ele não deixou de ter seus momentos de menino apaixonado.
A distância emocional de um casal atrapalha e muitas vezes impede a entrega aos momentos de intimidade. Muitos homens, com vergonha de voltarem a ser meninos novamente, deixam de demonstrar a alegria que sua companheira lhes traz. Como se uma demonstração de afeto fosse diminuir sua masculinidade, se tornam pessoas rígidas, incapazes de se expor em se divertir com sua esposa e repetir o que faziam no momento em que se conheceram.
É difícil até lembrar como essa habilidade de ser criança foi dando espaço ao adulto engessado e incapaz de voltar ao primeiro amor. Mas é possível recuperar a espontaneidade diante das responsabilidades da vida e dos papeis que precisamos assumir para vencer cada batalha que surge. É possível sermos sensíveis ao que é simples, belo e sem preço. É gratificante sermos parte de momentos inesquecíveis com aqueles que amamos e podermos dizer que tudo só custou um simples ato de brincar.
Muitas das “roupas” que vestimos se tornam prioritárias no armário da vida, muitas das “máscaras” que usamos nos dominam, nos impedindo de enxergar com facilidade e muitas influências nos “despem” de quem realmente somos. São tantos “adereços” que precisamos usar, que nem sabemos mais quais são realmente nossos.
Muitas das batalhas são vencidas com o sorriso ingênuo de uma criança, com seus valores inocentes que nos ensinam a ter uma relação de confiança, que permitem que nossas relações viajem no tempo, com a segurança de poder ser autêntico, se sentir especial e fazer alguém se sentir da mesma forma.
Sonhos estão sendo substituídos por resultados que juramos ter controle e que nem sempre são do jeito que esperamos. Como seria bom ser visto como um casal apaixonado e cheio de vida. Como seria bom que todos percebessem que ainda temos relacionamentos que nos fazem relaxar e sermos como crianças.
Quais relacionamentos nos relaxam e nos permitem ser autênticos? Como as pessoas definiriam meu casamento? Como minha família definiria meu casamento? Como eu definiria meu casamento? Como Deus definiria meu casamento?