Nada como estar em paz. Momentos de turbulência nos fazem pensar como é valiosa a sensação de estar em um estado pacífico. Somos necessitados dessa situação que nos faz ser gratos pela vida, como ela é.
Lugares, pessoas e pensamentos são o foco do nosso conceito pessoal de paz. Essas três coisas podem ser atormentadas por sua falta e acabam sendo vítimas de nossos olhares críticos, que determinam se ela existe ou não.
Há lugares que naturalmente nos tiram a leveza do sossego e nos envolvem no que eles oferecem como ambiente. Percebemos que não estamos seguros, o medo toma conta de nós e nos faz querer sair de perto.
Algumas pessoas aprenderam a viver em constante guerra. Criam confusões por qualquer coisa e acham que, somente assim, são capazes de ser compreendidas. Elas são dominadas por esse padrão de comportamento.
Já os nossos pensamentos podem estar em conflito interno e, consequentemente, sem muita demora, externo. A falta de paz nos pensamentos atormenta a vida de quem vive preso a essa armadilha.
E, sobre este último, não importa onde e com quem estejamos, somos tomados pela insegura sensação de abalo. Ficamos à mercê de planos ansiosos, discussões mentais e falta de descanso, principalmente no sono.
Porém, o Senhor nos diz que possui pensamentos de paz ao nosso respeito, que, embora estejamos no meio de um pesadelo, podemos recorrer ao seu modo de pensar, em qualquer lugar e com qualquer pessoa (Jeremias 29.11).
Os seus pensamentos não são influenciados por interferências externas. Não são levados de um lado para outro como um vento sem rumo, são fixos em santidade e justiça. São pensamentos de poder e criação.
Na sua mente perfeita, não existe o medo, não existe o desespero, não existe a angústia, não existe a derrota. Os seus pensamentos são de coragem, equilíbrio, alegria e vitória. Essa é a mente de Cristo (1 Coríntios 2.16).
Tentar desvendar os mistérios dessa mente é a nossa função, conhecendo-o de forma íntima através de tudo que foi deixado como legado. Somos parte desse plano e não nos cabe tentar evitar o que nos aguarda.
Quem dera que pudéssemos ter pensamentos tão seguros de paz e de tudo que envolve a plenitude da santidade do nosso Deus. Quem dera não tivéssemos que pensar o pior, esperar o pior, fazer o pior e tornar tudo mais complicado.
Desde a queda de Adão, o homem tem buscado por uma paz que não entende. Através das mais variadas teorias científicas e religiosas, somos levados de um lado para o outro em função dessa necessidade.
Tal incapacidade humana foi sendo arraigada no nosso interior pela falta de conhecimento e de intimidade com o mais absoluto e perfeito ser. Fomos levados a crer que era inalcançável ou que havíamos sido esquecidos.
Muitas teorias foram lançando mão daquilo que mais nos incomoda, que é a ausência do nosso criador. O tempo passou e tudo se modernizou ao ponto de criarmos novas formas e meios de crenças, sem resultado.
E o princípio de tudo estava posto em uma só pessoa, que se materializou ao ponto de dividir as eras e de nos mostrar que precisamos mudar para reconhece-lo. Jesus é a única verdade absoluta e não há paz fora dele.
Ele nos conscientizou sobre os rituais que nos faziam pensar que estávamos adorando ao divino e nos empoderou em seu reino. Quebrou todas as vertentes humanas, também ditas como criadas pelo próprio Deus.
Tudo aconteceu para que tivéssemos uma visão aberta, uma audição atenta, um caminhar modificado e uma saúde restaurada pela sua presença. Todas as suas curas mostram, simbolicamente, o que precisamos fazer e ser.
O problema da humanidade é que, embora em constante mudança, não gosta quando ela acontece. Preferimos estar mitologicamente estabilizados pela homeostase, sem perspectiva de desestabilização dos rumos.
Sem a mudança, não somos humanos, não estamos prontos e dispostos para experimentar um ser que não muda, mas, que apresenta uma novidade de vida diária. Somos infelizes se não estamos comprometidos com ela.
Mudar significa aprender e crescer, significa a real prosperidade tão almejada pelos novos teólogos e que representam nossa época. É a forma de entendimento pleno que expressa a razão e o sentido de estarmos vivos.
Somos capazes de perceber o quanto o nosso criador se preocupou em colocar essa vontade intuitiva no nosso coração. Fomos totalmente absorvidos por esse tipo de oxigênio que preenche as lacunas dos nossos pulmões.
Todo o nosso ser almeja por isso e o teme, ao mesmo tempo. Até que percebemos o quanto é vital passar pelas extremas mudanças mentais, as quais temos oportunidade. Esse é o segredo da paz que tanto queremos.
A nossa mente não está pronta, pois, ainda está em processo de amadurecimento e não temos o que fazer, a não ser aceitar a sua remodelação dolorosa, para que não percamos totalmente a nossa paz.
Através da quietude, oração e gratidão podemos alcançar essa paz que ultrapassa os significados dispostos em nossa mente limitada. Podemos desfrutar de algo preparado para nós, de graça (Filipenses 4.7).
Essa é uma paz que alcançamos de forma pessoal, mas, em nossos relacionamentos, nem sempre é possível. Como disse o apóstolo Paulo, algumas vezes não haverá a harmonia perfeita, a qual gostaríamos.
Existem pessoas que entram em guerra conosco porque não pensamos da mesma forma e por vários outros motivos, que ficam impossíveis de listar. São verdadeiras desconexões que não sabemos como mudar.
Se depender de nós, do quanto podemos nos esforçar para haja essa harmonia desejada, então que façamos. Podemos mudar em nós mesmos a forma de pensar a respeito de alguém (Romanos 12.18).
Às vezes, abrimos mão de muito para que um relacionamento dê certo, o que não é algo ruim, mas, é preciso estar atento ao que é possível e está a nossa disposição fazer, para que isso aconteça de forma honesta.
Não é nosso direito tentar mudar ninguém, não está em nosso poder forçar o que outros não querem, nem devemos ser totalmente anulados para que outra pessoa venha a nos aceitar. A paz precisa ser autêntica.
E não é fazendo nossos próprios métodos de justiça que iremos alcançar a paz em todos os nossos relacionamentos. Muitos são conturbados pela história particular de cada um, a qual seria excelente conhecer.
Fazer o que está ao nosso alcance nos torna geradores de um estado mais tranquilo com as pessoas que nos cercam. Elas precisam da nossa ajuda e nos pedem isso de formas variadas e, muitas vezes, silenciosamente.
A conquista da paz é algo maravilhoso e nos dá uma chance de sermos completamente envolvidos pelos seus resultados. Fomos feitos para viver dessa forma e não em conflitos intermináveis que geram tormentos.
A paz, de fato, está na nossa forma de pensar, no aspecto mais interno possível do ser humano, na capacidade de mudança de visão e pensamento. Está na forma mais pessoal de aceitação e no íntimo de cada um.