Reis | Unidade viva

Como um só homem

[1 Samuel 11.7]

Saul havia assumido o posto de monarca na sua terra natal, mas ainda havia algumas pessoas, além do Jordão, que não o aceitavam como tal. Como vimos anteriormente, alguns o rejeitaram e desconfiaram da sua competência.

Em Jabes, capital de Gileade, o povo estava nesta situação e, para piorar, eles eram constantemente atacados pelos Amonitas, que lhes arrancavam o olho direito para que eles não pudessem lutar.

Com medo de serem dizimados, ou de, no mínimo, perderem um olho, os israelitas foram buscar ajuda na terra de Saul, que logo reuniu milhares para a batalha, sob forte ameaça de perderem seus animais.

Todo aquele exército foi separado em três partes, que logo destruíram seus inimigos, livrando seus irmãos locais das forças externas. O que consagrou a fama do rei Saul como o poderoso líder tão esperado (1 Samuel 11.14).

Este é apenas um resumo dos acontecimentos dessa batalha, que tornou Saul o soberano, o qual teve um forte poder de arregimentação, pois, como foi dito nas escrituras: todos saíram como um só homem (1 Samuel 11.7).

Portanto, três aspectos estavam envolvidos nesse poder de persuasão do rei, que eram o temor ao Senhor, a união e o propósito. Com essa devida comunicação, houve vitória soando univocamente.

O primeiro significa que entendemos quem é Deus e temos um relacionamento fiel e hierarquicamente adequado, sabendo que Ele é poderoso e justo em todos os seus caminhos e benigno em suas obras (Salmos 145.17).

O segundo nos torna mais fortes, pois é bom e suave ter com quem contar em todas as horas, conseguindo manter nossos convívios estabilizados pela parceria de viver em unidade, mesmo sendo nós tão imperfeitos (Salmos 133.1).

O terceiro transforma os sentidos das coisas ao nosso redor e nos faz dar razão à vida, considerando que somos parte de um propósito maior que todos os nossos e que estes últimos precisam alinhar-se com Ele (Provérbios 19.21).

Pois bem. Deus conseguiu levantar um rei através dessas virtudes e impediu que o pior acontecesse com parte do seu povo, garantindo vitória sobre seus inimigos e transformando um uma situação de caos em paz.

Tudo teve um início muito belo, mas, infelizmente, Saul não continuou seguindo fielmente a esses três fundamentos tão importantes para um papel crítico como o dele, o que ainda não falaremos neste momento.

Para que sejam UM, assim como NÓS

João 17.11

A unidade é um pilar de sustentação para bases sólidas de relacionamento, sejam estes das mais diversas composições e significados existentes, pois capacita o ser humano a se entender como um ser que se conecta.

Ela esbarra nas propostas de intenção de isolamento, que são muito naturais para momentos de crise e sofrimento. Mas aflora coerência de percepção íntima com relação ao próximo, tornando a convivência mais harmônica.

Ou seja, sem o senso de unidade, não entendemos o que significa apoiar e ser apoiado, ficando difícil pedir ajuda e até mesmo aceitá-la, o que sai completamente da imensa necessidade de conexão que nós temos.

Por isso, Jesus fez tanta questão de nos ensinar que havia unidade no seu reino, caracterizada pela perfeita integridade das três pessoas da trindade, bem como a expansão dessa ligação com os seus, em um só corpo.

Ele ensinou que quem o conhecia, também conheceria o Pai e que ambos são um só, em tamanha união que não há como vê-los separadamente, ou ter um relacionamento com um e não ter com outro (João 14.11).

Isso é maravilhoso demais. Faz-nos perceber que é uma verdade tão íntima e absoluta, que não há margens para separação ou discordância, nem há possibilidade de falta de integridade, mesmo cada um tendo papéis distintos.

Já que, um é declarado como Pai e o outro como Filho, com papéis individuais, mas totalmente arraigados em um mesmo propósito, que é a salvação da humanidade, através do resgate de vidas perdidas.

Sendo assim, trazendo essa incrível lição para a nossa realidade humana, precisamos estar prontos para considerar que temos a capacidade de nos relacionarmos com coerência e integridade, mesmo cheios de problemas.

Somos feitos com a essência divina e algo tão sublime não teria sido dito pelo mestre se não fosse para ser seguido e imitado, independentemente do esforço que seja demandado de nossa parte. É de fato possível.

Se conseguirmos focar prioritariamente no temor do Senhor, na unidade das nossas relações mais preciosas e no propósito que temos nesta vida, ficará mais palpável a demonstração de integridade relacional.

Com isso, os valores são fortalecidos dentro e fora da família, criando oportunidades de papéis esclarecidos e funcionais para cada pessoa, sem deixar de prover um ambiente de plena saúde harmônica das relações.

Autoridade

Natural

Pais, estimulem seus filhos ao temor do Senhor para que haja respeito às hierarquias naturais e sobrenaturais, tornando-os pessoas fortes, responsáveis e preparadas para as conquistas e derrotas que a vida proporciona.

Ninguém melhor do que os senhores e senhoras para dar o exemplo de obediência e respeito pelo Criador de todas as coisas. Lembrando que tudo que for dito será excelente para aprendizado, mas o que for mostrado impulsionará.

E, nem escola, nem igreja, nem outra instituição irá fazer um trabalho melhor do que vocês podem e devem, pois, faz parte do papel de pai e mãe passar uma estrutura sólida de princípios, que poderão ser seguidos ou não.

Criem unidade de arregimentação para as batalhas das suas histórias. Eles não vão precisar enganar, destruir, nem matar ninguém, mas terão que entender o significado e valor dos amigos, família e principalmente de Deus.

Esse aspecto também precisa ser ensinado e demonstrado dentro de casa, sem espaço para controvérsias, mas deixando claro que ser um com alguém começa ao assistir o casal, pai e mãe, em harmônica conexão.

É um fundamento que dificilmente será quebrado lá fora, quando seus filhos estiverem diante das milhares de opções que o mundo oferece para desligamentos, isolamentos, separações, exclusões e até preconceitos.

Ajudem-nos a descobrir o seu próprio propósito, capacitando-os, dentro das suas possibilidades, a ver sentido e significado nas barreiras que aparecem diante deles. E se vão derrubá-las, ultrapassá-las ou desistir de enfrentá-las.

E vocês sabem como são muitas destas que aparecem, muitas vezes, quando menos estamos esperando ou preparados para as incontáveis adversidades e frustrações, que são parte da nossa jornada.

Porém, se seus filhos compreenderem quem são, ou pelos menos souberem que precisam descobri-lo, estarão à beira de construir uma vida cheia de significado para eles, para vocês e quem mais fizer parte da história.

Só não esqueçam que cada um desses pequenos adultos, que vão sair de casa, precisam entender seus próprios papéis, propósitos, direitos e deveres, mas, com o exemplo familiar, serão mais responsáveis em suas escolhas.

Pois, com esses três nós, a corda não será facilmente rompida e não estarão entregando pessoas despreparadas para a sociedade, a qual estará sendo influenciada por um exército preparado para batalha, como um só homem.